Dentista, quantos anos você tem de Odontologia?

por | dez 10, 2018 | Coaching, Educação, Odontologia, Pensamento Estratégico, Planejamento | 0 Comentários

Essa pergunta pode ser devolvida com outra pergunta:

– Contando com a faculdade?

Minha resposta…. esses da faculdade você já teve, assim como seu tempo de formado até hoje. Resposta simples, mas de gigantesca reflexão.

Dentista, quantos anos você pretende trabalhar ainda? Quantos anos você tem de odontologia ainda pela frente? No coaching, assim como num processo de planejamento de carreira, o foco está no futuro, o passado serve como aprendizado e deve ser usado para avaliar seu desempenho atual na profissão, em outras áreas de sua vida e nas expectativas que você tem no futuro de sua carreira. Com isso, aplicar o pensamento estratégico em odontologia e na gestão de seu negócio é fundamental. Alguns pontos visando melhor desempenho pessoal e profissional, nesta época de final de ano, simbolicamente uma provocação a mudanças, devem ser específicos, mensuráveis, que você possa alcançar, que sejam importantes par sua carreira e que tenham uma data definida para serem concluídos*.

01 – Procure pensar por ano tanto nas suas contas pessoais como na gestão de custos do consultório. Abandone o pensamento mensal e nas contas baseadas em 160 horas comerciais por mês.

02 – Calcule quanto você ganhou em média por hora trabalhada e descubra quais os serviços rentáveis, os que bancam sua hora e quais os são os predatórios em seu consultório. Isso é a segmentação de receitas. Direcione seu negócio para os melhores e se possível abandone os segmentos predatórios.

03 – Invista e contrate um serviço de contabilidade que te ajude de forma precisa no controle trabalhista de sua equipe (custo – RH) e principalmente no seu planejamento tributário. É fundamental do valor cobrado saber qual o percentual de custo com impostos. Pense em relação ao seu faturamento anual o que podem representar X% de redução de custos com impostos ajustados ao seu modelo de negócio?

04 – Cuidado com as taxas de operadoras de cartão de crédito para vendas principalmente parceladas. É fundamental saber os custos em percentual para se vender com cartão. Evite, evite, evite antecipar vendas parceladas. Uma antecipação pode caracterizar falta de capital de giro e isso pode estar sangrando suas contas e seus resultados. Faz sentido perder X%(?) da venda por antecipar parcelas?

05 – Caso você seja Dono do negócio e atue como Executor de procedimentos remunere-se por este trabalho de presença física assim como você remunera seus parceiros. Estabeleça um pagamento para você pelos serviços que você realizou e pague-se num dia fixo do mês. Evite retiradas aleatórias e procure separar contas pessoais do seu consultório.

07 – Cuidado, cuidado com convênios odontológicos. Na maioria das vezes eles não cobrem seus custos, o que de certa forma transforma seu cliente particular em sócio de seu negócio. Converter vendas particulares a partir de horas, muitas horas, dedicadas a convênios é um pensamento errado e pode também estar dando uma falsa impressão de bom faturamento. Faturamento é muito diferente de desempenho financeiro. Compare de forma estimada as horas e o faturamento de segmentos de seus convênios. Calcule o que em média se ganha por hora com cada um. Reduzir o tempo dedicado a serviços que não cobrem os custos, nem de longe em muitos casos, te permite direcioná-lo para outras ações mais produtivas.

08 – Faça da pontualidade uma regra em seu negócio. A organização do tempo é um excelente recurso para uma prestação de serviço com qualidade e ótima percepção do cliente. É uma forma de respeitar também o tempo de seu cliente, de certa forma a razão de existir o seu negócio.

09 – Reserve um tempo para conhecer, entender e decidir sobre uma melhor administração de seu consultório. A gestão de custos deve ser planejada anualmente. Compare seus custos com sua tabela, seus preços e suas expectativas de vendas.

10 – Entenda a primeira consulta como uma oportunidade de fechar uma venda, de fazer seu cliente te conhecer e principalmente te escolher. Lembre-se que depois da venda restará a execução, mas um importante quesito já foi definido. Não ofereça simplesmente um serviço, ofereça uma poderosa experiência.

11 – Reserve uma parte do que ganha para seu futuro, sua independência financeira, ou seja, o dia que que o trabalho deverá ser uma opção e não mais uma obrigação. Quanto mais cedo começar menor será seu esforço neste sentido. De forma métrica e ousada reserve 30% do que você ganha para bancar sua vida.

12 – Não tenha empregados, tenha pessoas comprometidas com seu negócio. Para isso a remuneração variável, além do pacote básico de contratação é um recurso fantástico para engajamento da equipe. Se o Dono ganha, todos devem colher os frutos.

13 – Muito cuidado com parcerias baseadas em percentual. Já conheci casos que se paga 60% de produção para um Dentista. Isso não existe! É muito e tem que ser revisto para pagamentos fixos por procedimentos. Pagamento fixo por serviço é uma tendência facilitadora de controle bilateral de produção em parcerias entre Dentistas Executores e os Donos das clínicas.

14 – Procure o equilíbrio em sua roda da vida. Seu tempo também é para família, amigos, diversão, autodesenvolvimento, saúde física e mental e por aí vai.

15 – Organize seu tempo conectado no planeta com seu tempo dedicado a você. A tecnologia que nos ajuda, que nos dá certa liberdade, também pode roubar outros preciosos tempos.

Portanto, pensar nos anos que já rolaram em sua carreira, na experiência que você tem é muito importante, mas esses anos já se foram e certamente te dão muitos pensamentos para te fazer um profissional cada vez melhor.

Você já pensou quais os recados que a vida e seu modelo de negócio estão te enviando para ser um Dentista cada vez melhor e poder escolher seu melhor caminho?

Pense nisso em 2019…….20……21……22………………..

*Texto sobre Metas SMART.

http://blog.dentalcremer.com.br/metas-smart-uma-poderosa-ferramenta-de-gestao/

Flávio Ribeiro

Cirurgião-dentista pela Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo. Mestre em Gestão e Economia na Saúde na Universidade Federal de Pernambuco. MBA em Gestão de Serviços de Saúde pela Universidade Federal Fluminense. MBA Executivo Gerência de Saúde pela FGV.

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