O Custo da Independência Financeira

por | set 6, 2018 | Contabilidade, Economia, Gestão Financeira, Odontologia, Pensamento Estratégico, Planejamento | 0 Comentários

Tem uma pergunta muito importante na gestão de custos e no planejamento de carreira de um Cirurgião Dentista:

– Do preço que você cobra, ou do quanto você fatura, quanto representa a parte de sua vida pessoal e sua trajetória até sua independência financeira?

Ou de forma mais técnica:

– De cada R$1.000,00 que você fatura qual o percentual reservado ao custo seu pessoal e sua aposentadoria?

A palavra aposentadoria foi colocada no texto, pois é um termo que ancora ao dia de parar de trabalhar, se aposentar. Este dia chegará.

Prefiro usar buscar a independência financeira que, para PenseFar, representa o momento da carreira em que o profissional trabalha por uma questão de opção e não mais por obrigação. Temos a caraterística básica de sermos executores de serviços, ou seja, dependemos de nossa presença física. Portanto é importante ter um projeto para que se tenha a convicção que algumas decisões que devam ser tomadas agora em seu modelo de negócio só terão implicações no futuro. Decisões de se poder parar de trabalhar, se fazer algum tipo de transição na carreira, de se ter um negócio em odontologia que demanda mais gestão do que execução, etc

Ter metas para se guardar uma parte do que se ganha, ou seja, entender guardar parte do que se ganha é dos custos fixos em sua precificação. Numa gestão de custos em um consultório, além dos custos fixos básicos como prediais e de recursos humanos que dizem respeito a operação/prestação do serviço, deve-se incluir os custos fixos pessoais, ou parte dele, e dentro deste planejamento de custos fixos pessoais, uma parte referente ao seu futuro. Muitos profissionais ainda cometem um erro grave na precificação que é não colocarem os custos fixos anuais de sua vida pessoal, ou parte dele.

Quando se planeja guardar algum dinheiro uma dúvida é onde se faz a melhor aplicação. Meu pensamento é que antes de se pensar numa melhor forma de aplicar é começar a ter o hábito de guardar e ter uma meta. Recentemente uma senhora poupadora clássica de poupança e fundos de renda fixa, aplicações muito usadas hoje, me disse que retornaria a botar o dinheiro na poupança. Que tinha feito as contas e que estava no final muito parecido o rendimento e que na poupança dava menos trabalho (mais liquidez) para usar o dinheiro se comparados ao fundos de renda fixa que tinha taxas aparentemente melhores mas tinham descontos de impostos e taxa de administração do fundo. Se reunirmos a este precioso depoimento a informação de que a Taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, está em 6,5% e que esta taxa direciona rendimentos, durante o período de um ano um dinheiro aplicado sem risco e com liquidez renderá pouco mais que a poupança com previsão atual para 2018 de 4,55 ao ano. Outras aplicações de baixo risco não deverão superar 6,55%. É como se para cada R$1.000,00 aplicados no final do ano este investimento inicial rendesse algo entre R$ 45,50 e R$ 65,50. Claro que é muito melhor fazer o dinheiro crescer com taxas maiores. Afinal de contas são juros compostos, segundo Albert Einstein é “a maior invenção da humanidade, porque permite uma confiável e sistemática acumulação de riqueza”. Mas ainda tem um desafio antes que é o hábito de guardar.

Dentro do planejamento de guardar, rentabilidade, segurança a liquidez são pontos importantes para você pensar em migrar para aplicações mais assertivas. Entender a rentabilidade, ou seja, qual taxa será aplicada, quanto renderá o dinheiro. A segurança da aplicação que está ligada ao risco e a liquidez que permite se utilizar o dinheiro de forma imediata caso necessário.

Em formações e cursos de educação financeira são sugeridas algumas formas de se guardar dinheiro com pensamento em independência financeira. Basicamente a relação é baseada no prazo que se define para conquistar este objetivo.  No pensamento estratégico usamos que para uma meta de independência financeira de 40 anos que se guarde entre 8% e 15% do que se ganha. Se este prazo for de 20 anos o guardar deverá ser entre 14% e 20%. Alguns investidores mais agressivos sugerem 30%. Existem momentos que se poderá guardar mais, ou menos, não importa, mas ter uma bússola para seguir em busca da independência financeira é poderoso.

Rico é quem tem tempo.

Até a próxima!

Flávio Ribeiro

Cirurgião-dentista pela Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo. Mestre em Gestão e Economia na Saúde na Universidade Federal de Pernambuco. MBA em Gestão de Serviços de Saúde pela Universidade Federal Fluminense. MBA Executivo Gerência de Saúde pela FGV.

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *